terça-feira, 16 de setembro de 2008
Porque votarei na chapa 74 A UnB que nós queremos
Nesta reta final das eleições para a Reitoria da Universidade de Brasília, estive pensando nas razões da minha escolha e decidi fazer um texto breve para compartilhá-las com quem tiver interesse. Escolher entre seis chapas a dupla mais adequada para o cargo mais alto da Universidade não é tarefa fácil, mas espero que estas reflexões possam ajudar.
Para avançar na minha escolha entre tantas chapas, achei melhor começar por aquilo que eu não quero. E tudo o que eu menos quero agora é continuidade daquilo que Thimoty conseguiu fazer. Por isso, decidi que não votaria em Pimentel e Báo, nem tampouco em Garrafa e Caldas. Chega de simpatia enrustida em relação à paridade, de ter na Reitoria da Universidade, que tem como coluna vertebral os estudantes que estão sendo formados, alguém que menospreza a participação desse segmento, além de reprovar a autonomia estudantil no momento em que a Reitoria foi ocupada pelo fim da impunidade.
Após decidir sobre aquilo que eu não quero, decidi olhar para as demais chapas, afim de decidir em quem votar. Escolhi Jorge Antunes e Maria Lúcia Baiana (CHAPA 74). Fiz essa escolha conscientemente e exponho aqui três das principais razões que me motivaram.
- A primeira delas diz respeito ao papel da Universidade. Acho que após esses anos na UnB, poderia definir que a principal razão de existir de uma universidade é o de fazer diferença fora dela. É a sociedade quem banca o seu sustento, é a sociedade quem deve nortear os trabalhos e receber em primeira mão os benefícios ali produzidos. Uma universidade com fim em si mesma não pode fazer sentido – mas infelizmente é a noção que hoje domina. Baiana fez muito por esta sociedade quando trabalhou no mapeamento da rede de exploração sexual e tráfico de seres humanos neste país, quando esmiuçou para o Ministério Público os porquês das mortes de adolescentes presos, sob custódia do Estado, sem contar o trabalho realizado de denúncia e enfrentamento da questão de crianças e adolescentes em situação de rua. Antunes por vezes fez ecoar em ritmos e melodias os anseios democráticos, desde a ditadura militar até a luta recente pela paridade. Colocar a serviço da sociedade o conhecimento produzido e as habilidades aprimoradas no seio da Universidade. Essa é a minha principal razão.
- Uma outra razão mais simples e histórica diz respeito a quem apoiou, do início ao fim, a luta estudantil pelo fim da impunidade e pela justiça no poder de escolha entre os segmentos da universidade. O apoio ao poder estudantil no processo decisório foi fundamental na escolha de meus candidatos.
- A terceira e última razão diz respeito à postura frente ao quadro da educação brasileira, no qual a UnB está inscrita. Barrar o caráter bancário e rebaixado de educação proposto pelo REUNI é uma luta imprescindível. Querem rebaixar a formação profissional e intelectual brasileira – já seriamente comprometida. Querem dar ao país uma inserção ainda mais rebaixada no contexto da divisão do trabalho internacional. Penso que temos que eleger alguém que diga “Não” a isso com veemência. Que assuma a assistência estudantil dando a ela um formato digno e capaz de democratizar a permanência universitária. Que não permita que coisas menos urgentes prossigam enquanto o HUB cai aos pedaços e deixa a população desassistida. Enfim, que pague o preço de remar contra a maré, numa batalha em defesa da educação como instrumento de transformação e emancipação social e não mercantilizada.
São essas as minhas principais razões para construir com a Chapa 74 a UnB que nós queremos. Boas eleições pra todo mundo.
Leonardo Ortegal
Assistente Social
Mestrando em Política Social - UnB
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